sábado, 25 de fevereiro de 2012

Ribeirinhos sofrem com a cheia do Rio Acre


Nível do Rio Acre
17,60 m
Medição das 12h - 25/02/2012

Em Rio Branco: 5.988*

* Pessoas desabrigadas (em alojamentos da Prefeitura e do Governo do Estado)



Navegar pelo Rio Acre nos dias atuais é testemunhar tempos de sofrimento para as comunidades ribeirinhas desde a foz, nas pequenas vilas de Tahuamanu (departamento de Madre de Dios), no Peru, até a cidade amazonense de Boca do Acre. Da nascente até a desembocadura, são 1.119 quilômetros, e é nos maiores municípios, como Rio Branco, que os estragos provocados pelas enchentes mostram a real dimensão do flagelo vivido pelos milhares de pessoas que escolheram as margens do manancial para morar e trabalhar. Da cidade até a comunidade do Catuaba, grandemente afligida pela cheia, são cerca de vinte quilômetros pelo ramal Belo Jardim – transformado pela força da Natureza em braço do rio por onde ao invés de carro transitam canoas movidas a remo ou motor rabeta. Pelo rio, leva-se 45 minutos descendo e uma hora subindo para fazer esse trajeto.

Enquanto se percorre a zona urbana de Rio Branco, a visão é desoladora: reservatórios de água submersos, torres de energia elétrica ameaçadas, margens desbarrancando e muitas casas ameaçadas. Há regiões em que o rio avançou mais de um quilômetro além de seu leito. A situação parece piorar à medida em que se avança para a área rural: ramais estão debaixo da água, os roçados já apodreceram quase tudo e as perdas, já não há mais dúvida, se avolumam a cada centímetro que o rio sobe. As fruteiras e culturas permanentes vão se perdendo. “Estamos na safra do cajá, fruta que representa uma renda a mais para estes produtores. Eles podem faturar até um salário mínimo neste período mas, com a cheia, deixaram de ganhar esse dinheiro”, observou Jorge Rebolças, diretor da Secretaria de Floresta e Agricultura de Rio Branco (Safra).

No começo da semana a Secretaria divulgou um relatório mostrando que os produtores acumulam prejuízo de cerca de R$ 12,4 milhões com perdas totais nas lavouras de mandioca, banana, grãos e frutas. Das 16 comunidades hoje afetadas, todas estão recebendo ampla ajuda pública em cestas básicas, combustível, transporte, água potável e hipoclorito de sódio para tratamento de água.
Apesar de ser considerável, o valor será ainda mais elevado quando for levantado o prejuízo com ramal e infraestrutura e perdas mobiliárias. Para fazer o relatório, os técnicos da Safra percorreram as comunidades do Bagaço, Água Preta, Barro Alto, Belo Jardim I, 2 e 3, Benfica Ribeirinho, Catuaba, Extrema, Liberdade, Limoeiro, Moreno Maia, Moreno Maia, Barro Alto e Água Preta conversando com lideranças, moradores antigos e presidentes de associações.

Criação de peixe completamente perdida

Produtor que trabalhava com piscicultura perdeu tudo. É o caso de Raimundo Inácio da Silva, morador da comunidade Extrema, que além das estimadas 5 mil covas de macaxeiras perdidas, acumula sérios prejuízos com a piscicultura. “Cerquei os tanques com tela, mas não teve jeito: a água veio e levou tudo”, lamenta ele, que foi inscrito como beneficiário de cestas básicas para ajudar na sobrevivência da família enquanto dura o flagelo.

Fonte:http://www.agencia.ac.gov.br/index.php/noticias/producao/18497-ribeirinhos-sofrem-com-a-cheia-do-rio-acre.html

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Rio Acre inunda Cidades e desabriga mais de 7000 pessoas


Nível do Rio Acre
17,45 m
Medição das 9h - 22/02/2012
6.840 pessoas desabrigadas (em alojamentos da Prefeitura e do Governo do Estado)
70 equipes trabalhando (6 pessoas por equipe)



Mais de 7 mil pessoas estão desabrigadas em Rio Branco (AC) por causa da enchente do Rio Acre, que atingiu 17,45 m de profundidade às 9h (11h em Brasília) desta quarta-feira (22). O nível do Rio Acre está a 21 cm da maior enchente da série histórica, registrada em 1997, quando atingiu 17,66 m na capital do Estado.

A cota de transbordamento do Rio Acre é de 14 m em Rio Branco, onde 14,3 mil imóveis e 57,2 mil pessoas já foram atingida pela enchente, segundo estimativa da Defesa Civil.

A segunda maior enchente da série histórica, cuja medição começou em 1970, já causou transtornos, danos e desabrigou milhares de pesssoas nos municípios de Assis Brasil, na fronteira com o Peru e a Bolívia, Brasiléia, na fronteira com a Bolívia, e em Xapuri.

Por causa da enchente do Rio Acre, Brasiléia permanece sem comunicação por telefone, internet e sem energia elétrica. A cidade chegou a ficar 95% coberta pelas águas, de acordo com a Defesa Civil Estadual.

A prefeitura de Xapuri decretou situação de emergência no final da tarde deste domingo (21) e o Exército enviou 45 homens, barcos e caminhões para ajudar os desabrigados.

A Defesa Civil está preocupada com a enchente por que o Rio Acre chegou a apresentar uma curta endência de estabilidade, mas seu principal afluente, o Riozinho do Rola, continua subindo. Em Boca do Acre (AM), na confluência dos rios Acre e Purus, este último continua subindo também, o que ajuda a represar o primeiro.

O prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim (PT), que decretou situação de emergência na cidade na quinta-feira (16), disse que a enchente já causou um prejuízo avaliado em R$ 12,4 milhões na produção agrária de 16 comunidades rurais, afetando principalmente os plantios de mandioca, banana, grãos e frutas, que se perderam com a alagação de roçados.

A Defesa Civil opera com dificuldade em 45 bairros e comunidades rurais e tem sido comum apelos nas redes sociais para que a população disponibilize barcos e carros no trabalho de socorro de desabrigados, que estão em alojamentos improvisados pelo governo estadual e prefeituras.

A Diocese de Rio Branco criou a conta SOS Enchente Rio Branco – (Banco do Brasil, agência 0071-X, 100.000-4 – CNPJ 14.346.589/0001-99 ) para receber doações de qualquer valor, que serão destinadas às vítimas da enchente que atinge o Estado. O dinheiro arrecadado será administrado pelo Fórum Tático Operacional do Banco do Brasil, em parceria com a Defesa Civil.

- O pouco que você pode contribuir é muito para os desabrigados. As entidades envolvidas na gestão do dinheiro arrecadado vão prestar contas publicamente da destinação de cada centavo doado pela solidariedaede nacional ou internacional – afirmou Marcolino Rodighero, gerente do Banco do Brasil em Rio Branco.

Fontes: http://amazonia.org.br
http://agencia.ac.gov.br